Adquiri a algumas semanas o Philips MCD 135. Tratasse de um microsystem stereo de 50W (25+25W). Cansado de tanto ouvir o som do computador via fones, optei pela suposta segurança que a marca poderia me trazer. Não queria nada potente, ou cheio de enfeites, detalhe comum nos equipamentos de som atuais. O aparelho aparenta um bonito design, simples, e limpo. Me atraiu aos olhos. Mesmo percebendo, apos alguma pesquisa, que se talvez se tratasse de um produto para mercados emergentes. Sua venda parece ocorrer no Brasil e na Índia. É, sou emergente, e dai?
Apos alguns dias de uso, porem, a marca holandesa deixou a desejar em coisas básicas, que certamente deveriam ter sido atendidas. Alguns problemas menores foram identificados na qualidade do som sob situações especificas e na interface com usuário.
O equipamento utilizasse de alto-falantes de 4'. Os graves e mesmo os médios são bem intensos, e limpos. O equipamento utiliza um amplificador classe D, que garante grande amplificação. Porem falta um pouco de brilho no som. Talvez devido a falta de tweter para melhorar a reprodução das altas frequências. Gosto de ouvir sons em baixo volume, e acredito que um tweter auxilia neste quesito.
No modo auxiliar (mp3 link) existe uma não linearidade acentuada na curva de resposta sonora, mesmo ajustando entre os diversos modos de som. Sons em baixa frequência lamentavelmente mascaram sons em alta frequência, quando ocorrem juntos. Um BUMP mascara todos os demais sons em volume baixo. Claro, a resposta auditiva favorece a audição de sons em baixa frequência sob as altas. Mas somente em volumes altos este efeito ocorre na percepção humana. Entretanto ele é evidente para ouvintes do Philips MCD135.
Possivelmente há algum atenuador ativo dentro do aparelho. Este acaba sendo necessário pois a maioria dos aparelhos de mp3 portáteis tem em suas saídas amplificadas para uso com fones. Este sinal puro causaria uma sobrecarga e áudio ruidoso se fosse aplicado sem limitador. Mantenha o volume do seu player mp3 portátil baixo, que a não linearidade não acontecerá. Testei com minha placa Creative Live 5.1, que possui um SNR de 95dB. A qualidade do som na saída da mesma é perfeita. Saliento que nos modos radio/CD/USB o som é melhor e mais comportado neste quesito, sem estas instabilidades, como estas entradas não devem passar por limitador.
O aparelho possui um relógio e despertador. Porem não mantem o relógio “vivo” na falta de luz. Ele não possui bateria ou recurso interno que garanta isto. Embora pareça algo obsoleto nestes tempos de smart phone, o uso como despertador é muito gostoso, para evitar o problema de cansar de ouvir o mesmo som todas as manhas. Não gosto mais de ser tanto meu proprio DJ. Gosto de ser surpreendido por uma propaganda ou uma musica diferente toda manha. As estações programadas, entretanto, ficam salvas na falta de luz.
Outro ponto fraco é a capacidade de salvar apenas 10 estações. Poderiam ser 20 ou 30. Para um equipamento Classic, lamentavelmente, eles seguiram o conceito de Classic no modo vintage, como se houvesse sido desenvolvido a 25 anos atrás, quando memórias e micro-controladores era caros e possuíam muitos limites, e você não poderia se dar ao luxo de gravar muitas informações na memória. Provavelmente devido a custos de uma bateria ou gastar tempo programando as funcionalidades. Difícil definir o que faltou para quem implementou o hardware e o firmware.
Mais um ponto fraco é o despertador no modo rádio iniciar com um volume muito alto. Realmente te acorda. Mas no susto. Deveriam ter utilizada uma progressão de volume suave. Novamente fico sem saber por que não foi feito desta forma. Preguiça dos desenvolvedores? Prazos apertados? Falta de espaço no micro-controlador para inserir esta opção?
O controle remoto possui muitos botoes. Entretanto carece do uso apropriado dos mesmos. O processo de sintonia utiliza de 5 teclas apenas. Uma que serve para para auto sintonia e para salvar as estações (HOLD e CLICK), 2 para avanço e retrocesso da sintonia, outras 2 para avançar e retroceder nas frequências gravadas. As teclas são compartilhadas entre os vários modos, e funcionam de acordo com o modo ativo.
A detecção do modo varredura de sintonia poderia ocorrer mais rapidamente. Ela requer um tempo de pressionamento da teclas de avanço um pouco grande. E o faz perdendo do processo de autosintonia dos primeiro MHz acima ou abaixo da frequência inicial. O teclado numérico não pode ser utilizado no processo de escolha de estações. Deve ter faltado tempo para implementar esta funcionalidade. Alias, o teclado numérico pode apenas ser utilizado pelo player de video.
Embora apontei os pontos negativos, devo ser justo com o equipamento. Ele parecem bem acabado. É leve, utiliza fonte chaveada, que garante um baixo peso. Com o volume alto, os problemas de áudio passam mais despercebidos e o som é claro. O receptor de FM é muito bom e preciso, graças ao uso de um chip de recepção bastante avançado, com processo de I/Q e DSP para processamento do sinal em FM. O equipamento toca DIVX, DVD, e a maioria dos formatos abertos.
Para um equipamento que clama ser Classic, desenhado e desenvolvido pela Philips Holandesa (está estampado na traseira, injetado no plastico), deixou um pouco a desejar. O aparelho aparenta ter uma boa construção. As caixas poderiam ser de plastico injetado, solidas e conter um tweter. Ouso dizer que o equipamento poderia ter sido desenvolvido na China (não apenas construído). As falhas nos itens seriam facilmente identificados com testes básicos com usuário e corrigíveis em tempo de desenvolvimento sem maiores custos. Entretanto aparenta que nenhum rigor foi usado para avaliar os itens em questão (por isto, penso no desenvolvido na China). De 1 a 10, ouso oferecer um 5 para o equipamento.
Muitas das comparações da qualidade do áudio se basearam como ponto de referencia caixas acústicas para computador antigas, com amplificadores lineares, mas que me ofereceram sempre um som de boa qualidade.
Estou avaliando outros pontos do equipamento e possivelmente como contornar estes problemas. Continue acompanhando!
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